O Setor Elétrico brasileiro é uma das principais alavancas para a retomada da economia pós pandemia, devido a sua infraestrutura, por atrair investimentos dentro e fora do país e também pela grande capacidade de geração de empregos. Atualmente, o segmento movimenta mais de R$ 400 bilhões por ano, representando cerca de 20% do PIB do Brasil.
Foi pensando nisso, que o ROIT BANK , fintech que desenvolve soluções para contabilidade, gestão fiscal e financeira para médias e grandes empresas, realizou, na última quinta-feira, dia 08 de julho de 2021, o EletroDay, em São Paulo. O evento contou com transmissão nacional ao vivo e exclusiva para mais de 250 espectadores.
Na ocasião, cerca de 50 participantes estiveram presentes, entre eles: André Pepitone, Diretor-Geral e Elisa Bastos, Diretora da ANEEL, Anatalicio Risden Junior, Diretor Financeiro Executivo e José Carlos Aleluia Costa, Conselheiro da ITAIPU Binacional, Leonardo Euler, Presidente da Anatel, Anna Paula Pacheco, Diretora de Regulação da Enel, João Garcia, Presidente da SINERGI, Diogo Mac Cord, Secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Rodrigo Limp, Presidente da Eletrobras, Pedro Batista, Chefe de Análise da 3G Radar, Ricardo Holanda, Head de Consultoria da AiTAX, Reynaldo Passanezi Filho, Presidente da Cemig e Lucas Ribeiro, Presidente da ASSESPRO/PR e CEO do ROIT BANK, como speakers, além de outros players do setor de Energia Elétrica.
O início do evento foi marcado pela palestra do Diretor-Geral da ANEEL, André Pepitone, trazendo as conquistas importantes que o setor de Energia Elétrica teve até hoje, como: redução de subsídios e a perspectiva de redução na tarifa dos consumidores em cerca de R$ 4,2 bilhões por ano, a partir de 2023, desoneração tarifária, a transição para um mercado livre, trazendo mais liberdade de escolha para as empresas e consumidores residenciais até 2024, além de outros êxitos.
Pepitone destaca ainda, que a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica já viabilizou mais de R$ 1 trilhão de investimentos no setor, possibilitado por um ambiente seguro e que respeite as regras do mercado.
Anatalicio Risden Junior, Diretor Financeiro Executivo e José Carlos Aleluia Costa, Conselheiro da ITAIPU Binacional, foram os convidados para apresentar o Painel Governamental sobre o tema Governança Setorial e Agenda 2021. Risden falou sobre a história da criação da ITAIPU, a revisão do “Anexo C”, tratado entre Paraguai e Brasil, sobre o propósito ambiental da empresa binacional , como as reservas biológicas, e o trabalho feito com o tratamento da água de qualidade para a produção de energia renovável. Também pontuou questões sobre o investimento bilionário para revitalizar o sistema de Furnas.
Já o Conselheiro da ITAIPU finaliza a conversa falando a respeito da diferença entre o Setor Elétrico na década de 90 e atualmente. “Quem investiu no setor elétrico basicamente fez bons investimentos”, afirmou o deputado federal Aleluia. Ele ressalta também que o maior ponto de fragilidade ainda são as distribuidoras, já que encontram-se ameaçadas pelas GD (Geração Distribuidora).
A explanação do Head de Consultoria da AiTAX, Ricardo Janesch, foi uma das mais elogiadas do dia. Ele trouxe detalhadamente os desafios tributários que o setor de Energia Elétrica enfrenta no momento atual, que são: estar localizado no Brasil, já que as tarifas e impostos brasileiros são mais altas e complexas do que em outros países, não ser um comércio ou serviço “tradicional” e por isso não possuir tantos incentivos fiscais e estar sujeito a normas regulatórias.
Assim como faz em sua empresa, Ricardo trouxe algumas brechas nas leis que podem minimizar a carga tributária do setor, como incentivos à pesquisa e o tratamento das despesas como dedutíveis.
Além disso, o Head de Consultoria também trouxe quais mudanças o segmento enfrentará quando o assunto é tributação como a dedutibilidade do IRPJ que ainda está em discussão no STF e, claro, a Reforma Tributária, que, se aprovada, trará mudanças no CBS/ IVA- dual, IPI-Seletivo e Passaporte Tributário.
Finalizando a agenda de palestras da manhã, o evento contou com a participação de Diogo Mac Cord, Secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Rodrigo Limp, Presidente da Eletrobras e Reynaldo Passanezi Filho, Presidente da Cemig, tratando dos Processos de Desestatização e o caso da Eletrobras.
Segundo Mac Cord, ao longo da tramitação da Eletrobras, boa parte do setor errou na narrativa de como o processo foi colocado durante a discussão da MP, e números completamente sem sentido foram lançados na mídia e colocados como encarecimento da conta de luz, onde os jornalistas alegavam que os dados apresentados pelo Governo não possuíam “memória de cálculo”. Essa colocação foi provada como falsa posteriormente por uma simulação feita pela TR Consultoria.
Sobre a aprovação da Medida Provisória, Rodrigo Limp afirma que o senado foi favorável a decisão de capitalização da Eletrobras e elenca alguns tópicos que foram responsáveis por essa escolha após o aprimoramento da MP, como a maturidade da discussão ao longo dos anos, a importância do fortalecimento da empresa (após a queda da mesma nos anos de 2012 à 2015) e o foco nos investimentos e no consumidor.
Atendendo ao pedido do Secretário de Desestatização, Reynaldo Passanezi destaca o ponto que mais admira nesse processo de desestatização: o Instituto da Corporação, reconhecendo a capacidade técnica e diferencial das empresas e preservando os colaboradores que já pertenciam a empresa antes da privatização, pois possuem todo o conhecimento sobre os processos.
“ Esse modelo permite que a gente tenha o conhecimento e a estratégia preservada dentro do país ” finaliza Passanezi sobre o assunto.
Ainda sobre a Desestatização, é importante ressaltar que pelo Presidente Jair Bolsonaro sancionou, nesta terça-feira, dia 13 de julho de 2021, a lei que permite a desestatização da Eletrobras, ampliando a capacidade de investimentos da mesma em geração e transmissão de energia elétrica para o Brasil.
Abrindo as palestras da tarde, Lucas Ribeiro, Presidente da ASSESPRO/PR e CEO do ROIT BANK, trouxe para a discussão o tema Aplicações práticas da IA e Robotização para empresas do Setor Elétrico . Ribeiro traz números expressivos sobre como a Inteligência Artificial até 2030 contribuirá em mais de US$ 15,7 trilhões para a economia global, solucionando problemas complexos que até hoje só foram possíveis com Inteligência Humana ou ainda nem foram solucionados.
Uma das preocupações das grandes empresas é o consumo de eletricidade relacionada ao treino da I.A, já que treiná-la consome muito mais energia. Outro ponto é que “ a Inteligência Artificial ainda é uma verdadeira caixa preta ”, como disse Lucas Ribeiro, pois muitas pessoas ainda não entendem como ela funciona e acreditam que serão substituídas pela mesma.
O CEO do ROIT BANK traz ainda, exemplos práticos da diferença entre RPA ( Robotic Process Automation ) e Inteligência Artificial e como elas estão aplicadas no software desenvolvido pela empresa, a fim de fornecer uma gestão de dados eficientes que possibilite a tomada de decisão mais assertiva e que substituam atividades manuais repetitivas e passíveis de erros por RPA com até 98% de acuracidade além da consulta na Receita Federal, Simples Nacional e Validade da Nota e em alguns municípios, no CPOM.
Ainda sobre essa diferença, Ribeiro explica que a I.A do ROIT BANK foi treinada para interpretar 32 tipos de documentos de entrada, com milhares de tipos de variações, além de já ter identificado mais de 1.8 bilhão de cenários tributários, 12 milhões de documentos classificados e extraídos com OCR e I.A. e 8 milhões classificações contábeis sem interferência humana.
No Painel Empresarial , o EletroDay recebeu como painelistas Leonardo Euler, Presidente da Anatel, João Garcia, Presidente da SINERGI e Anna Paula Hiotte, Diretora de Regulação da Enel, tratando sobre o tema Oportunidades Econômicas do Setor Elétrico e Telecom.
Leonardo Euler inicia o painel trazendo o 5G como principal novidade do setor de telecom para os próximos anos. Segundo ele, “ Até o 4G falamos de evolução, com o 5G falamos de transformação, disrupção ”. Ao invés de conectar pessoas, estaremos realizando a interconexão entre coisas e objetos, em casa ou no escritório.
Euler também traz uma grande preocupação em relação aos postes que já estão congestionados, o que dificulta a passagem de novas redes, como o 5G, trazendo também algumas possíveis soluções para esse problema, como um operador neutro e até um “ sandbox regulatório”, opção estudada com o Diretor-Geral da ANEEL e que Anna Paula Hiotte também acredita ser uma saída para as novas oportunidades do setor.
Posteriormente, Reynaldo Passanezi afirma que a CEMIG terá o prazer de apoiar essa iniciativa que a ENEL já iniciou com a Copel.
O presidente da SINERGI contou a história da empresa e a importância da Geração Distribuída e Compartilhada. Para o Telecom e o setor elétrico, esse modelo de negócio pode ser muito vantajoso, pois , propicia que qualquer cooperado, produtor rural ou empresa possa ter acesso à energia renovável, sem realizar nenhum tipo de investimento ou adaptações em seus telhados. Essa iniciativa gera uma economia de 10 a 20% sem desconto na bandeira tarifária e possibilita um maior investimento em seu próprio negócio.
A Diretora da ANEEL, Elisa Bastos, trouxe para o EletroDay as Novidades tecnológicas e tendências do Setor Elétrico. Inicia sua fala tratando das Usinas Híbridas, suas vantagens para o empreendedor e operador e também das Usinas Hidrelétricas Reversíveis que já representam 95% de todos os sistemas de armazenamento no mundo, principalmente na China e EUA. Também pontuou que a ANEEL estuda trazer ao Brasil o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento.
Elisa traz também um ponto importante que é a Segurança cibernética que, segundo uma pesquisa realizada pela PwC, 47% dos executivos classificaram as ameaças cibernéticas como o segundo maior risco ao crescimento das empresas, atrás apenas de Pandemia e outras crises.
Após apresentar algumas tendências como as microrredes, veículos elétricos, geração distribuída, etc., Bastos apresenta o novo papel das Distribuidoras, que terão foco na qualidade de fornecimento e comercial, agregando novos serviços e saindo de um papel passivo para uma facilitadora de recursos.
Além disso, ela também cita o 5G e o impacto dessa tecnologia no setor, como também havia dito Euler. Para atender essas transformações, as empresas de energia terão que ter foco no consumidor, melhorando a prestação de serviços e retoma a fala do Diretor-Geral da ANEEL sobre a Abertura do Mercado.
O último painel do evento teve a presença de André Pepitone, Pedro Batista, Chefe de Análise da 3G Radar, Reynaldo Passanezi Filho e Lucas Ribeiro como mediador, falando sobre O Futuro do Setor Elétrico no Brasil frente a retomada da Economia , trazendo as dúvidas dos espectadores.
Ao ser questionado sobre o espaço aberto pelas sandbox regulatórias para as fintechs e startups no setor, Pepitone mostra-se completamente favorável a esse cenário, afirmando que elas poderão atuar no armazenamento, usinas híbridas, respostas da demanda e todo o pacote de inovação.
“ O setor elétrico é a bola da vez, é o segmento que vai ajudar o Brasil na retomada econômica. Afinal de contas, são 560 bi que tem para serem investidos nos próximos 10 anos ”, disse Pepitone. Vale ressaltar que esses investimentos, consequentemente, gerarão também mais empregos.
‘ ’O mercado de capitais é o principal financiador do setor elétrico no mundo inteiro, então a privatização da Eletrobras vai ajudar a abrir portas… para investidores que ainda não estão no nosso mercado ” Afirma Pedro Batista, em relação aos efeitos da privatização da Eletrobras.
Sobre os investimentos da CEMIG e os projetos de P&D, Passanezi inicia a sua fala mostrando parte do planejamento estratégico da empresa e também onde serão alocados os mais de R$22,5 bilhões de investimentos até 2025. Entre eles, estão a construção de novas subestações, Minas Trifásico na área rural, Geração e Transmissão e outros, sempre com foco em Minas Gerais.
Os temas do P&D estão justamente nos projetos de infraestrutura, melhorando-a para permitir o avanço tecnológico e regulatório, para poder ter o armazenamento da energia e avançar na comercialização varejista, com o objetivo de aproveitar o big data.
“ Estamos vivendo um momento no setor elétrico muito promissor, um momento de transformação. Onde o modelo vigente já esgotou e nós estamos num ambiente disruptivo” , diz André Pepitone.
André finaliza o evento dizendo que o EletroDay é um marco na retomada dos fóruns do setor elétrico!
A ROIT é um ecossistema completo para empresas que buscam dominar a Reforma Tributária, oferecendo uma combinação de tecnologia inovadora, consultoria estratégica e programas de educação. Reconhecida por sua atuação no Senado e na Câmara, e por ter acertado duas vezes a alíquota de referência do IVA, a ROIT é a escolha certa para quem precisa transformar desafios tributários em oportunidades de crescimento.
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